Não é de hoje que a palavra instituição no Brasil faliu moral e intelectualmente. As tais "instituições culturais", tipo instituto e fundação, já escancaravam isso há décadas. É impossível prosseguir criticando o galope que os picaretas da "fé" deram no universo institucional, sobretudo nos três poderes da República, sem dizer que quem abriu as portas para esse inferno foi a grande mídia, mais precisamente a Globo.
É só observar quantos museus a Fundação Roberto Marinho controla com verba pública, muita verba pública. Como não bastasse, tem ainda a vergonhosa cooptação de ministros do Supremos e de outras Cortes pelo mesmo grupo Globo com o tal Instituto Innovare que promove premiações, segundo os Marinho "de práticas de excelência que contribuem para a modernização do Judiciário"
Seu Conselho Superior é composto por associações representativas de grande prestígio no mundo jurídico: Associação de Magistrados Brasileiros, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos, Associação dos Juízes Federais do Brasil, Associação Nacional dos Procuradores da República, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Nacional de Justiça, além do Ministério da Justiça por meio da Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania, do Ministro Carlos Ayres Britto e do jornalista Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo.
Sabem quando os Marinho fundaram esse embuste chamado Instituto Innovare? Em 2004. Um ano depois de Lula assumir a presidência da república.
Sabe quando foi criada pela Globo a 1ª farsa jurídica, a farsa do mensalão e a judicialização da política? 2005.
Precisa dizer para que os Marinho criaram esse tal instituto?
Pois bem, depois da desengonçada condenação e prisão de José Dirceu e José Genuíno por Joaquim Barbosa, com uma abstração carnavalizada da chamada "teoria do domínio do fato", em que assume não ter qualquer prova de crime que justificasse uma condenação, os Marinho já haviam transformado o STF no programa do Chacrinha, fazendo da Suprema Corte seu auditório.
Meses depois, a Globo jogou pesado na aposta de uma histeria coletiva da classe média brasileira, chamada jornada de junho de 2013, quando estimulava ao vivo e a cores os manifestantes a irem às ruas, a invasão do Congresso, o quebra-quebra no Itamaraty, com direito a convocação feita pelo baba ódio Arnaldo Jabour, em pleno Jornal Nacional.
No ano seguinte, em 2014, ano de disputa eleitoral em que Dilma tentaria a reeleição, a Globo, através de suas relações com a justiça, cria o Instituto Innovare, a Lava Jato, com o propósito de já no pleito interferir, via Moro, nos resultados das eleições a favor do corrupto Aécio Neves com a falsa delação do doleiro de estimação de Sergio Moro, Alberto Youssef e com a canalha armação entre Veja e Globo que rendeu uma capa criminosa da revista em que aparece Lula e Dilma e, no centro, a frase "Eles sabiam de tudo", que ganhou praticamente todo o espaço do Fantástico daquele domingo.
Nada do que foi falado ali foi provado e ficou elas por elas.
Depois disso, os Marinho fomentaram, através do mesmo Instituto Innovare, o golpe jurídico e parlamentar contra a primeira mulher presidenta da República, e diga-se de passagem, honrada, tendo como base toda a atmosfera punitivista criada pelos Marinho e pela república de Curitiba.
Já em 2018, a coisa ainda foi mais escancarada, o herói forjado pelo Projac, Sergio Moro, prendeu Lula que ganharia a eleição no primeiro turno, o fascista Bolsonaro, com o apoio da Globo, chega à presidência da República, e Moro, da Globo, se transforma no super ministro da Justiça e Segurança Pública do governo que dizimou mais de 614 mil brasileiros por covid.
Agora, para 2022, vem a tacada mais ousada dos Marinho, que é utilizar o próprio ex-juiz vigarista, assim considerado pelo próprio STF, para tentar impedir a volta de Lula à cadeira da presidência.
Em síntese, essa é a gênese que os Marinho utilizaram para tragar o sistema de justiça brasileiro através, novamente, do Instituto Innovare, ou não teria o menor sentido a maior rede de comunicação em massa da América Latina, voltada a "premiar" uma cooptação vergonhosa do judiciário brasileiro.
Quem visitar o site do Instituto Innovare https://www.premioinnovare.com.br/ e observar toda a sua cronologia, dará de cara com o que aqui foi descrito, além de algumas coisas a mais.
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