Resultado vem abaixo das expectativas do mercado; dado do segundo trimestre é revisado e amplia queda para -0,4%.
Segundo a Folha, a economia brasileira recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, frente aos três meses imediatamente anteriores, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto). O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (2º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número veio um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação nula (0%).
Esta é a segunda baixa consecutiva do indicador, o que renova os sinais de estagnação da atividade econômica. No segundo trimestre, a queda do PIB foi revisada de 0,1% para 0,4%.
Na avaliação do IBGE, variações próximas a 0% sinalizam que a economia atravessa período de estabilidade. "A gente considera [o quadro] estável", disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O desempenho fraco ocorre em um contexto de escalada da inflação, juros mais altos e fragilidades no mercado de trabalho, que dificultam a recuperação da atividade econômica.
Conforme o IBGE, o PIB está em patamar similar ao registrado entre o fim de 2019 e o início de 2020, período pré-pandemia. Por outro lado, encontra-se 3,4% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
Mesmo com a alta de 1,1% no setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB nacional, o resultado do terceiro trimestre foi puxado para baixo pela queda de 8% na agropecuária e pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços, afirma o IBGE.
A forte retração da agropecuária reflete o fim da safra de soja, que também impactou as exportações. A colheita é mais concentrada nos dois primeiros trimestres do ano. Também houve efeito do clima adverso, que prejudicou o plantio e a produtividade em vários segmentos do agronegócio brasileiro em 2021.
A indústria, por sua vez, ficou estagnada (0%). Segundo o IBGE, as fábricas sentem o encarecimento de insumos na pandemia e os efeitos da crise energética, que eleva os custos de produção.
Em relação ao terceiro trimestre de 2020, o PIB cresceu 4%. Em 12 meses, a alta foi de 3,9%. Já no acumulado deste ano, até setembro, o indicador avançou 5,7%.
Projeções sinalizam que o PIB brasileiro deve fechar o ano de 2021 com crescimento, associado em grande parte à base de comparação deprimida - em 2020, a pandemia causou forte queda do indicador.
Analistas avaliam que, diante dos recentes sinais de fraqueza da economia, o cenário ficou mais complicado para 2022, ano de eleições.
A piora das expectativas econômicas vem no embalo da pressão inflacionária, que reduz o poder de compra dos consumidores, e do aumento das incertezas na área fiscal.
As dúvidas de analistas sobre o rumo das contas públicas cresceram após o governo federal colocar em xeque o teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família.
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