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Um país em decomposição

 


O desfile de horrores que estamos sendo forçados a assistir era, de certo modo, previsível. Claro que não com tantos requintes de crueldade, com tantos coadjuvantes, nem de forma tão baixa.

A falta de pudor deste governo e de seus sequazes, entre os quais destacam-se o Deputado Arthur Lira, e o PGR Augusto Aras não tem limites.

Pela verba do orçamento secreto a pilha de pedidos de impeachment permanece intocada. Por uma hipotética nomeação para o Supremo os pedidos de abertura de inquérito são arquivados e os crimes cometidos à luz do dia ignorados.

Como ambição é coisa que cega, talvez não percebam a real dimensão do dano que está sendo feito ao país e ao mundo.

Há crimes sem volta, como as vidas perdidas na pandemia e o efeito destas perdas em seus familiares. A estimativa é de que cerca de 400.000 mortes poderiam ter sido evitadas. Claro que no caso dos idosos isto atrapalharia as contas do Sr. Guedes, com sua off-shore e sua reforma da Previdência. Entre maio de 2020 e maio de 2021, segundo o Diário do Aço, a “economia” foi em torno de R$346 milhões. Se essa economia retira dinheiro do mercado gerando desemprego e aumento da fome, não há problema. Quem não tem pão nem brioche que roa ossos.

O descalabro na área da educação e da Educação é total. O Presidente solta palavrões e perdigotos e o Ministro da Educação é incapaz de organizar a prova do ENEM matando milhões de sonhos e de futuro. O número de jovens que prestou o exame caiu de 8,7 milhões em 2014 para 3,1 milhões este ano. Parece mais uma ação coordenada, pois filho de porteiro não tem que cursar faculdade e quem não tem off-shore que não vá para Disney.

A devastação ambiental tem efeitos no mundo todo. Mas, com o beneplácito do Executivo as milícias do agronegócio, às quais agora se somam os narcogarimpeiros da Amazônia, têm carta branca para agir.

A República, entendida como a forma de governo no qual o poder é exercido pelo povo, que governa através de representantes que atuam em poderes independentes, num sistema de pesos e contrapesos, está passando por uma ruptura da harmonia entre instituições cada vez mais degradadas.

Ou cobramos com firmeza um retorno a uma decência mínima ou veremos a decomposição completa de nosso país. E esta se prolongará no tempo de forma incalculável, atingindo várias gerações.

*Lygia Jobim/Carta Maior

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