Por não ter qualquer escrúpulo, mesmo com 3% nas pesquisas, Dória é manchete na mídia por ser candidato do mercado

 

Bolsonaro, em última análise, foi o pus que jorrou desse furúnculo social chamado elite brasileira. Ou seja, todos os desdobramentos do que aí está partem dos escrúpulos do mercado e, consequentemente da mídia, que funciona como um panfleto da Faria Lima.

O que essa gente sempre quis e vai morrer querendo é que os trabalhadores não tenham direitos, não tenham salário fixo, e não tenham nenhuma garantia, no mesmo passo em que os mesmos endinheirados não querem pagar um tostão de impostos, além da privatização de estatais e serviços públicos para lucrar até com o ar que a população respira e que o velho clientelismo de uma oligarquia que controla o Estado para sugar a última gota dos cofres da União se mantenha intacto.

É doença? Pode ser.

Há algum exagero no que é dito aqui? Nenhum. Essa é a síntese do pensamento da classe economicamente dominante no Brasil, pior, é uma tradição secular que vem do Brasil colônia.

Como São Paulo é conhecida como a capital do capital nacional, porque sempre foi melada e lambuzada pelo patrimonialismo estatal, enquanto o resto do país se mantém magro de investimentos estatais, Dória, essa figura pitoresca que não enxerga três palmos à frente, é a dobra da aposta que os neoliberais estão fazendo no fascismo.

Por isso, hoje, os jornalões estão apinhados de manchetes dando a Dória um status inversamente proporcional à sua importância política apontada pelas pesquisas.

Tudo isso porque Dória não guarda vírgula de escrúpulo em sua ambição doentia para se associar ao inferno contra o povo e chegar ao posto mais alto da República. Sua tática é conhecida, por isso ergue a bandeira do "privatiza tudo" embocando o hino que interessa à elite econômica desse país que terá que,  em algum momento, ser enfrentada pela população que vive esgoelada para que o Estado concretize seu único objetivo, fazer todas as honras na surdina para beneficiar as bestas do salão. Salão este sabidamente protagonizado pelas festas promovidas por João Dória.

Mesmo com 3%, a mídia está apostando tudo nesse pangaré com uma brutal forçação de barra para que a burguesia se sinta ao menos satisfeita em ver seu candidato, que é um nada na política nacional, ser cortejado com a cruz de ouro pelos barões da mídia absolutamente afinados com o rentismo e a agiotagem nacional. 

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