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Campanha para nova cédula de R$ 200 custou mais do que para divulgar prevenção contra Covid-19

 

Propaganda sobre nova cédula, que representa 1% da circulação, custou R$ 4,4 milhões a mais que a sobre álcool em gel e máscaras.

Nos dois anos marcados pela pandemia da Covid-19, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Jair Bolsonaro gastou mais com a divulgação da cédula de R$ 200 do que com propagandas sobre a prevenção ao coronavírus.

Levantamento feito pelo GLOBO com base em pagamentos da Secom em 2020 e 2021 mostra que a publicidade da nova nota foi o sexto principal investimento no período, atrás de propagandas de agenda positiva, economia de água, combate ao Aedes aegypti e da própria campanha de vacinação.

O Planalto desembolsou R$ 18,8 milhões com a divulgação na nova cédula de R$ 200. Já os anúncios relativos aos cuidados que deveriam ser tomados durante a pandemia — como uso de álcool em gel e máscaras — custaram R$ 14,4 milhões.

Após um ano e dois meses do lançamento, a cédula representa 1,11% de todas as notas em circulação no país, segundo o Sistema de Administração do Meio Circulante. É menos do que as notas de R$ 1 em circulação — cédula que deixou de ser produzida.

 Um dos fatores que explicam a baixa circulação da nota de R$ 200 é o uso de outras tecnologias. Durante esse período da Covid-19, muitas transações passaram a ser feitas de forma digital, como o Pix — disse o economista Joelson Sampaio, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Medidas preventivas

Já as propagandas que pregam a prevenção à Covid representam o nono maior gasto do período e receberam R$ 4,1 milhões a menos que a publicidade com “cuidado precoce”, para onde foram R$ 18,5 milhões de 2020 a 2021. Até o fim da semana, foram registradas cerca de 609 mil mortes causadas pela doença no país. Parte desses casos poderia ter sido evitada com medidas preventivas, diz Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp:

— O gasto de prevenção à Covid-19 está muito baixo, inferior a estratégias como a falácia do tratamento precoce. Um cálculo feito por pesquisadores da Universidade de Pelotas mostra que seria possível evitar a morte de 400 mil pessoas se tivéssemos um discurso mais assertivo em relação à prevenção e o início da vacinação no período correto — afirmou Barbosa. 

Bolsonaro costumava usar o termo “tratamento precoce” para se referir aos medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina. Na Secom, passou-se a usar o termo “cuidado precoce”, que, segundo a pasta, seria a busca por um médico antes do agravamento da doença.

*Com informações de O Globo

 

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