Vídeo de uma palestra do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em que ele garante que não vai haver greve dos caminhoneiros e que luta para baixar o preço do frete motivou críticas nos grupos de mensagens de integrantes da categoria. Os comentários foram feitos na sexta-feira (22) em um evento voltado a empresários. "Qual é a possibilidade de a gente ter uma greve de caminhoneiros da magnitude que nós tivemos em 2018? Zero, nenhuma, não vai ter", garante Tarcísio à plateia.
No evento, o ministro disse que quando ouve comentário sobre a queda do preço do frete avalia como algo positivo. "Que bom, Se eu for ministro da Infraestrutura e o frete estiver subindo, subindo, tem alguma coisa errada. Meu 'business' é baixar frete, é reduzir o risco Brasil", define.
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Várias entidades de motoristas autônomos estão em estado de greve desde o dia 16 de outubro, quando, em reunião realizada no Rio de Janeiro, decidiram que se o governo não atender as reivindicações da categoria haverá paralisação no 1º de novembro. A redução do preço do diesel e o estabelecimento do piso mínimo do frete são duas das principais pautas.
Tarcísio disse na palestra que, quando procurado por líderes da categoria que ameaçam paralisação, argumenta que isso não trará resultado positivo. "Preço do diesel, você acha que vai baixar com a greve? Lamento, não vai. Se você entra numa greve e não tem nada para pedir e para ganhar (?) só vai ficar uns dias sem trabalhar", afirmou.
Na opinião do responsável pela pasta da Infraestrutura, há "meia dúzia de líderes que toda hora chamam greve", tentando aproveitar o movimento de paralisação verificado há três anos. "O que aconteceu em 2018 não vai acontecer tão cedo", afirma. "Quem parou o Brasil em 2018 foram empresas de transporte fazendo locaute, com apoio do agronegócio, gente que queria realmente forçar uma baixa do preço do diesel. Isso teve um efeito colateral péssimo".
A reação dos líderes caminhoneiros à fala de Tarcísio foi bastante negativa.
"Nós apenas queremos que o presidente Bolsonaro cumpra as promessas que fez à categoria na campanha", afirma Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores. "Ninguém tem prazer em fazer greve, mas esse é o último recurso que nos resta".
Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, reagiu à alegação do ministro de que seu papel é baixar o preço do frete e que os caminhoneiros que não se adaptarem devem sair do mercado.
"Isso só é bom pra quem nos explora", argumenta Litti. "Só faz sentido para quem, como ele, trabalha apenas em favor do grande empresário e fala com tranquilidade que o motorista autônomo que não se adaptar vai sair do mercado, vai ficar desempregado. O Estado está aí para proteger os mais frágeis e não os mais poderosos".
Sobre a certeza que o ministro dá que não vai haver greve, Litti diz que "está na mão de cada transportador autônomo dar a resposta".
*Com informações do Uol
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