No Brasil bolsonarista, é moda o mau-caráter virar celebridade instantânea. Não que Maurício Souza tenha virado celebridade a partir de sua tóxica homofobia, muito menos por dedicar pessoalmente a Bolsonaro a vergonhosa passagem da seleção de vôlei masculina pelas últimas olimpíadas que sequer no pódio chegou.
Não há exatamente novidade no fato de, em 24 horas após ser demitido pelo Minas e expulso da seleção, porque, segundo o técnico Renan, não há espaço para homofóbicos na seleção brasileira, Maurício ganhar quase 1 milhão de seguidores, estes que são os mesmos que seguem Roberto Jefferson, Queiroz, Fernando Hollyday, o clã Bolsonaro, o próprio capeta e outros lixos que orbitam essa espécie de Chernobyl tropical no mundo da política.
A tática dessa gente, agora, é transformar limão em limonada para, quem sabe, se aventurar no mundo da política e ganhar um assento no Congresso Nacional.
Certamente, foi essa a cartada de Zé Trovão, o caminhoneiro que sequer é caminhoneiro e que se apresentou como líder da categoria naquele estica e puxa que se transformou em mingau na prometida invasão ao STF no dia 7 de setembro.
Todos sabiam que Roberto Jefferson queria impulsionar, na base do empurrão, alguém de sua conta do PTB no governo Bolsonaro. A história desse sujeito é de quem não perde viagem e tudo está aberto à negociação.
Assim, ele fez aquela aposta patética e está pagando um preço caríssimo e, lógico, já caiu de moda nesse mundo bolsonarista que é mais efêmero que todo o lixo cultural produzido pela cultura de massa nesse país.
Essa gente que existe para ser bucha de canhão do esquema do clã Bolsonaro, sabe do risco que corre de, como disse o próprio picaretaço Roberto Jefferson, Bolsonaro largar seus feridos na estrada. O que não falta é lambe-botas para substituir o outro que caiu em desgraça. Que o digam os generais da boca rica.
Todos os que cegamente acompanharam o tenente expulso das Forças Armadas por ameaça com ato terrorista, estão aí nos mais altos postos do comando da República, tudo em nome da pátria e de Deus acima de todos, afinal, ninguém é de ferro.
O que espanta é que o mau-caratismo se transformou em honra oficial nesse país diante dos bolsonaristas fanáticos e declarados, mas também daqueles encabulados, mas não menos tenazes.
Bolsonaro, mesmo com as pernas mais bambas que os móveis das Casas Bahia, não cai porque a burguesia, sobretudo os tubarões do rentismo nativo, seguram o trôpego. Como se sabe, principalmente no campo da justiça, não são as bases processuais que definem o futuro de um julgamento, mas quem e o quê está por trás desse julgamento, que forças movem as mãos dos excelentíssimos.
Por isso, Maurício Souza comemora sua desmoralização pública por homofobia, dobrando a aposta nesse filão político do submundo eleitoral para ver se emplaca, assim como Zé Trovão, uma candidatura para 2022.
*Manduca Villas Boas
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