É o que diz economista José Luís Oreiro.
Ele analisou as causas da crescente inflação brasileira, que, levando em consideração os últimos 12 meses, supera 10,05%. A alta registrada está bem acima das médias para os países emergentes e o restante do mundo, aponta a FGV.
O economista ressaltou que especialmente os países emergentes, como Turquia e Argentina, sofreram depreciação cambial durante a pandemia da Covid-19, o que gera pressão sobre os preços no mercado interno. Nessa condição, é “natural” que o real seja desvalorizado, avaliou Oreiro.
“O Brasil não foi o único em desenvolvimento que passou por uma desvalorização no câmbio. A Turquia também teve, a Argentina, etc. Basicamente, porque quando começou a pandemia, há aumento da percepção de incerteza no mundo e os capitais fluem dos países em desenvolvimento para os Estados Unidos e para Europa”, disse.
Contudo, o caso brasileiro chama a atenção pela magnitude das alterações. De acordo com o economista, a crise do real se deve a ações diretas do governo Jair Bolsonaro, como a destruição da Amazônia e os ataques xenofóbicos contra a China, maior parceiro comercial do Brasil.
“Mas a nossa [depreciação cambial] aqui foi muito forte. E por quê? Não precisa ser nenhum gênio para perceber que o Brasil é hoje uma pária internacional, seja por conta da questão da preservação da floresta amazônica, seja por conta dos ataques que o governo fazia, e ainda faz de vez em quando, ao nosso maior parceiro comercial, que é a China, seja por conta dos ataques que o presidente faz, dia sim e outro também, ao Estado democrático de direito. Tudo isso vai criando ruído e aumenta a percepção de incerteza. E como nossa moeda não é uma moeda de reserva internacional, quanto maior a incerteza, maior a preferência dos agentes pela liquidez expressa em dólares americanos, em euros ou yuans”, ponderou Oreiro.
*Com informações do 247
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