Enquanto economia patina, vendas de grifes de roupas, móveis e joias crescem dois dígitos .
Crise? Que crise? Enquanto a economia nacional patina, o mercado de luxo brasileiro foi o que menos sofreu na pandemia, na comparação com outros países, impulsionado por uma elite que não parou de gastar mesmo longe das lojas físicas. Impedidos de viajar para o exterior por conta das medidas sanitárias e do atraso da vacinação contra a Covid-19, os mais ricos consumiram alto em seu próprio quintal.
O resultado, que dados iniciais mostram ser ainda melhor este ano com a reabertura dos centros comerciais, motivou a Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael) a lançar, na segunda quinzena de novembro, a campanha Compre no Brasil, voltada para o setor.
Durante um ano e meio não se pôde gastar com avião, hotel, gastronomia, eventos culturais. Esse dinheiro represado pelos mais ricos foi para o consumo virtual nas grifes, a hotelaria boutique local, que vive seu melhor momento em duas décadas, os carros top e o mercado imobiliário de luxo, em franca expansão. — diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF consultoria e um dos principais especialistas do setor no país.
Ele diz que os próximos meses serão a prova dos nove para mostrar se, de fato, esse consumidor seguirá comprando mais no país do que lá fora, com a reabertura dos países para o turismo. Com certeza, não.
Os números são positivos nos mais diversos bulevares do luxo brasileiro. A operação brasileira da Hermès prevê crescimento de quase 50% este ano em relação ao ano passado no país. A Cartier, com investimento pesado no e-commerce e a novidade da pronta entrega em até quatro horas em São Paulo, quase quintuplicou suas vendas em 2020 em relação a 2019 e prevê crescimento de dois dígitos em 2021.
A expansão do mercado imobiliário de luxo — a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) aponta alta de 31% este ano nas vendas de imóveis avaliados acima de R$ 1,5 milhão — se reflete no resultado de empresas como a Evol, que, com suas churrasqueiras a gás produzidas com aço inox 304, dobrou o faturamento em 2020.
*Com informações de O Globo
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